Edição especial para a I Semana Fluminense do Patrimônio
O Escritório Técnico do IPHAN na Região dos Lagos, a ASAERLA e a Universidade Estácio de Sá/Cabo Frio convidam para a palestra
A Casa da Flor, um sonho de Gabriel.
Amélia Zaluar
pesquisadora do Instituto Casa da Flor
Local: Auditório da Universidade Estácio de Sá/ Campus Cabo Frio-RJ
Rodovia General Alfredo Bruno Gomes Martins, s/nº - lote 19.
Bairro Braga - Cabo Frio/RJ. Tel: (22) 2646-2100
Data: 19/08/2011, às 19 horas sexta-feira
E N T R A D A F R A N C A
Informações pelo telefone (22) 26219367 ou pelo e-mail
Ainda sobre o palestrante:
Ao conhecer, em 1978, Gabriel Joaquim dos Santos e sua casa/escultura -a Casa da Flor- a pesquisadora entendeu que o artista era, sem dúvida, símbolo da transcendência através da arte. Homem pobre, negro e semialfabetizado, filho de um escravo e de uma índia, e que utlizava em seu trabalho de bricolagem materiais recolhidos no lixo, não teria condições materiais de construir essa obra-prima da arquitetura espontânea em nosso país. Em sua convivência com seu Gabriel, até ele falecer em 1985, entrevistou e fotografou o artista, admirava-se de sua intelígência, sua sensibilidade, a maneira de se expressar poeticamente, sua sabedoria. Em 1987, Amelia e um grupo de admiradores criou a Sociedade de Amigos da Casa da Flor, hoje uma ONG, o Instituto Cultural Casa da Flor. A pesquisadora preparou uma exposição com 40 fotografias, textos, planta-baixa, exibida, até hoje, em cinquenta e três espaços culturais pelo país, estando permanentemente agora na Biblioteca Pública de São Pedro da Aldeia. Através de publicações em jornais, revistas e livros e fazendo muitas palestras e mesas-redondas, foi-se consegyuindo uma boa divulgação. Foi criado pela pesquisadora um documentário de 28 min e um clipe de 5 min e o livro com cerca de 130 páginas e 90 fotografias, ambos à espera de patrocinadores, mesmo tendo sido aprovados pala Lei do ICMS. O livro também foi aprovado na Lei Rouanet.
Amelia Zaluar é agora presidente da Comissão Fluminense de Folclore, com quem o Instituto desenvolve uma parceria.
Sinopse:
Será abordado pela pesquisadora diversos aspectos da obra de Gabriel Joaquim dos Santos, a casa da Flor. Negro, pobre, filho de um ex-escravo e de uma índia, começou a construir, só para si, em 1912, uma casa pequenina, para cumprir uma "intuição "de que teria que viver sozinho. Trabalhador nas salinas e nas roças da região, levou alguns anos nessa tarefa. No ano de 1923, veio-lhe, através de um sonho, a idéia de enfeitá - la . Como não tinha recursos para comprar o material necessário, decidiu concretizar a visão com o refugo das construções locais, com coisas consideradas imprestáveis jogadas no lixo, fazer "uma casa do nada ". Desde então, até 1985, quando faleceu, foi criando enfeites para embelezar sua moradia com cacos de pratos, de garrafas, de telhas,de ladrilhos,
pedaços de bibelôs e jarras, lâmpadas queimadas, conchas, pedrinhas e outros materiais insólitos. Flores, mosaicos, luminárias, colunas, nichos, surgidos de suas visões e sonhos, compõe uma ornamentação luxuriante para essa casa / escultura de tanta força plástica. Por sua arquitetura orgânica visceral e fantástica, a Casa da Flor é sempre comparada à obra de Antoní Gaudi,o grande arquiteto catalão.
Gabriel, o criador e único morador da habitação, foi pedreiro e marceneiro, construtor e arquiteto, operário e artista, sem jamais ter freqüentado uma escola. Conseguiu, em vida, integrar devaneio e realidade, pode materializar sua emoção, habitar dentro do seu sonho. Sua casa é um organismo vivo, um corpo, um coração.
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