domingo, 24 de março de 2013

Instituto Federal Fluminense e Iphan-RJ firmam Termo de Cooperação para gestão conjunta do Patrimônio Cultural, criando Núcleos de trabalho na Região dos Lagos e Norte Fluminense

Solar da Baronesa de Muriaé, em Campos dos Goytacazes: objeto de trabalho conjunto IFF-IPHAN pela preservação do patrimônio cultural.

IF Fluminense e Iphan: Patrimônio ganha espaço

A poucos dias de completar dois meses do abate assustador do histórico Casarão datado de 1870 e, que na história recente da cidade ficou conhecido como "Chacrinha", uma parceria entre o Instituto Federal Fluminense (IFF) e o Instituto de Preservação do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan) para preservação do patrimônio cultural foi firmada na última terça-feira, na sede da superintendência do Iphan, no Rio de Janeiro. Trata-se de um termo de cooperação técnica para a criação de um sistema integrado de gestão do patrimônio cultural na baixada litorânea, no norte e noroeste fluminenses, regiões sob o âmbito de ação do IFF.

Serão criados núcleos regionais — os três primeiros núcleos são em Campos, Quissamã e São Pedro da Aldeia. Serão dotados de estrutura apta a operacionalizar ações de preservação do patrimônio cultural, áreas de interesse comum ao Iphan e ao IFF.

Há cerca de cinco anos, segundo o reitor Luiz Augusto Caldas Pereira, o IFF atravessa processo de mudanças internas que o desafiam a ir além da natureza e papel que até então compuseram a história da instituição. "Há uma preocupação com o papel contributivo na formação para a cidadania através de uma educação mais crítica, uma ênfase na pós-graduação e na formação de professores, 20% das vagas estão destinadas à licenciatura. Nessa linha acabamos de criar o curso de licenciatura em Letras. O protocolo assinado com o Iphan representa mais um passo na humanização do instituto", disse Luiz Augusto.

O reitor rememora as dificuldades enfrentadas, anos atrás, quando do desejo de reforma da Praça do Liceu de Humanidades e do próprio Liceu. "Falta mão de obra qualificada em Campos, falta-nos cultura, um ponto de vista, um olhar técnico. Nos três anos que estive afastado, trabalhando em Brasília, me aproximei do Iphan, provoquei instituições como a Rede Ferroviária Federal. Queremos participar do debate, fazer de forma a qualificar mão de obra para esse trabalho específico de preservação e restauração do patrimônio arquitetônico", esclarece.

De imediato, o IFF irá fortalecer o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo existente na unidade local. Irá dar andamento no projeto de restauração do Solar da Baronesa de Muriaé, em Campos, bem nacional tombado desde 1974 por sua importância histórica e artística e cedido a Academia Brasileira de Letras (ABL).

"É um ponto de partida. Há uma pré-disposição nossa, se vencido os limites jurídicos, de futura ocupação do Solar. Se a gente conseguir destravar os embaraços legais, viabilizaremos o desejo de lá desenvolver uma formação de elevação da cultura histórica, de formação de letras e de fomento literário", frisa o reitor do IFF. Para tanto, Luiz Augusto, já fortaleceu a Pró-Reitora de Extensão do IFF, Paula Aparecida Martins Borges Bastos, a estar apta ao diálogo com as de mais representações. No próximo dia 11, haverá nova reunião de aprofundamento com a presença do Ivo Barreto, responsável pelo Escritório Técnico do Iphan, na Região dos Lagos. Em seguida, Luiz Caldas irá ter um entendimento com o jurídico da ABL. Quer se cientificar se o Solar pode ser de fato doado, passo seguinte irá a Brasília apresentar o projeto de restauro e de uso, "Se a gente resolve com o jurídico, faremos a construção, a concepção dentro da nossa governança. Há um custo para recuperar, há um custo para manter".

Luciana Portinho

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