O sítio arqueológico Aldeia do Portinho foi encontrado e registrado no IPHAN no ano de 2007, por técnicos do Laboratório de Arqueologia Brasileira, quando da realização de uma Avaliação de Potencial Arqueológico para a implantação de um condomínio.
Naquela oportunidade foi delineado o que denominamos como: “Complexo de Sítios Arqueológicos do Portinho”, composto por dois sambaquis clássicos e duas aldeias, uma delas destruídas, de nativos agricultores-ceramistas, nelas a convivência com sambaquieiros é clara. O sítio “Aldeia do Portinho” pode ser datado, relativamente, entre 2.000 e
Os sambaquieiros formavam uma sociedade simples caracterizada por pequenos grupos humanos; sem uma forma de liderança clara; com economia baseada na pesca, coleta e caça; produtora de uma bela indústria lítica e óssea; e construtora de pequenos montes compostos por restos alimentares, habitações, sepultamentos ...
A sociedade de agricultores–ceramistas da tradição Una era composta por grupos humanos maiores; com características tribais; liderança bem marcada; economia baseada na agricultura do milho. Sua cerâmica é muito característica: com tratamento de superfície presente através da aplicação da técnica de polimento, decoração simples e acabamento liso. Os assentamentos da tradição Una estariam relacionados a um processo lento de difusão da cerâmica mais antiga da América do Sul, denomina estilo Pedra do Caboclo, cuja origem é o médio Amazonas. Esses nativos chegam à região sudeste provenientes do centro-oeste do atual Brasil. Instalam-se no Cabo Frio por volta de 890 da nossa era.
* Texto escrito pela arqueóloga Jeane Cordeiro, coordenadora das pesquisas no local da escavação.
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