O Maracatu Nação,
o Maracatu
Rural, o Cavalo-Marinho,
de Pernambuco; a Tava,
Lugar de Referência para o Povo Guarani, do Sitio São Miguel
das Missões no Rio Grande do Sul; a Coleção
Geyer, no Rio de Janeiro (RJ); o Acervo do Museu de Artes e Ofícios de
Belo Horizonte (MG); e o Terreiro
Zogbodo Male Bogun Seja, de Cachoeira (BA) são os mais novos
bens considerados Patrimônio Cultural do Brasil. A decisão do Conselho
Consultivo do Patrimônio Cultural foi tomada nos dias 03 e 04 de dezembro, na
sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em
Brasília.
Este ano, o Conselho Consultivo esteve reunido em maio, quando
aprovou o registro como Patrimônio Cultural Brasileiro da Produção Tradicional e Práticas
Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí e os
tombamentos de Estabelecimentos
das Fazendas Nacionais do Piauí: Fábrica de Laticínios, em
Campinas do Piauí, e Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, em Floriano,
também do Piauí; além do tombamento da Casa Grande e Tulha da
antiga Chácara do Paraíso das Campinas Velhas, em Campinas (SP), e do
Sítio da antiga
fazenda de Santo Inácio de Campos Novos, do Distrito de
Tamoios, em Cabo Frio (RJ). Em setembro de 2014, passaram a integrar o
Patrimônio Cultural Brasileiro o Carimbó,
do Pará; aIgreja São
Judas Tadeu em Vargem (SC), como integrante do chamado
Roteiros Nacionais de Imigração; seis fortificações construídas entre
os séculos XVII e XX, localizadas nos municípios de Óbido, no Pará; Rosário, no
Maranhão; Bonfim, em Roraima, Corumbá e Ladário, no Mato Grosso do Sul.
Maracatus e Cavalo Marinho
Um espetáculo repleto de simbologias e marcado pela riqueza
estética e pela musicalidade. Assim pode se traduzir as apresentações de grupos
de maracatu, em Pernambuco. Com a grande maioria dos grupos concentrada nas
comunidades de bairros periféricos da Região Metropolitana de Recife, o Maracatu Nação,
também conhecido como Maracatu de Baque Virado, é uma forma de expressão que apresenta
um conjunto musical percussivo a um cortejo real, que sai às ruas para desfiles
e apresentações durante o carnaval.
O folguedo conhecido por maracatu de baque solto, maracatu de orquestra,
maracatu de trombone, maracatu de baque singelo ou Maracatu Rural ocorre
durante as comemorações do Carnaval e da Páscoa. É composto por dança, música,
poesia e está associado ao ciclo canavieiro da Zona da Mata Norte de
Pernambuco, também apresentações na Região Metropolitana do Recife e outras
localidades.
Uma brincadeira popular envolvendo performances dramáticas,
musicais e coreográficas é o que caracteriza o Cavalo-Marinho,
apresentado durante o ciclo natalino e seus brincadores são, em geral,
trabalhadores da zona rural, mas também ecoa na região metropolitana de Recife
e de João Pessoa (PB), além de vários outros territórios do País. No passado,
era realizado nos engenhos de cana-de-açúcar e seu conhecimento e transmitido
de forma oral e pode ser entendido como um grande teatro popular.
Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani,
Enquanto patrimônio cultural, a Tava converge
significados e sentidos atribuídos pelo povo indígena Guarani-Mbyá ao sítio
histórico que abriga os remanescentes da antiga Redução Jesuítico-Guarani de
São Miguel Arcanjo. Para o povo Guarani, a Tava é de suma importância por
ser o local onde viveram seus antepassados. É também um lugar de referência por
ser um espaço vivo que articula concepções relativas ao bem-viver, integra
narrativas sobre a trajetória deste povo e é diariamente vivenciada como lugar
de atividades diversas e de aprendizado para os jovens. Estar na Tava aciona
dimensões estruturantes e afetivas na vida social e na memória dos
Guarani-Mbyá, promovendo sentimentos de pertencimento e identidade.
Coleção Geyer
Doada pelo casal Maria Cecília e Paulo Fontainha Geyer, em 1999, ao Museu
Nacional de Petrópolis (RJ), aColeção
Geyer é um dos maiores conjuntos de desenhos, pinturas,
gravuras, litografias, mapas, álbuns e livros de viagem sobre o Brasil,
produzidas por artistas, cientistas, exploradores e viajantes estrangeiros que
estiveram no país entre os séculos XVI e XIX. O precioso acervo de três mil
peças, reunido ao longo de 40 anos, inclui também móveis, louças, objetos de
decoração e prataria. O conjunto é considerado a maior coleção de brasiliana em
mãos particulares. O casal doou também a Casa Geyer, localizada em um terreno
de 12 mil metros quadrados no Cosme Velho, na cidade do Rio de Janeiro, que
passará a ser uma extensão do Museu Imperial. A doação de natureza cultural
rendeu ao casal Geyer o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, concedido pelo
Iphan, em 1999.
Acervo do Museu de Artes e Ofícios
Reconhecer o modo de fazer e de viver do homem comum e de toda sociedade
durante séculos tornou-se imprescindível para a legitimação dos ofícios no desenvolvimento
econômico e social do país. A construção da história brasileira dependeu de uma
variedade de ferramentas que tornaram-se símbolos do emprenho da classe
trabalhadora no processo de crescimento do Brasil. Os bens móveis que compõem
o Acervo do
Museu de Arte e Ofício de Belo Horizonte (MG), originados
da coleção de Flávio e Ângela Gutierrez, registra essas práticas nas quais
podem ser consideradas parte de uma importante documentação histórica de grande
valor nacional.
Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde
A legitimação da cultura negra contribui para o processo de formação e
salvaguarda do Patrimônio histórico, etnográfico e religioso de matriz africana
no Brasil. O Terreiro
Zogbodo Male Bogun Seja Unde é responsável pela
preservação de umas das tradições religiosas de matriz africana, da liturgia do
Candomblé de nação Jeje-Mahi originaria nos cultos às divindades chamadas
Vodum. O Seja Unde tem fundamental importância na conformação da rede de
terreiros do Recôncavo Baiano e, sobretudo, para a formação histórica do
Candomblé como uma instituição religiosa.
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é
formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura
e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos
Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios -
Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da
Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto
Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e
mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos
de atuação do Iphan.
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